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Entrevista com a Joice Zau


JOICE ISABEL ZAU, de nome artístico Joice Zau, técnica media de refinação de petróleos pelo instituito nacional de petróleos, finalista do curso de engenharia electromecânica, pela Jean Piaget, estudante de letras na faculdade de humanidade  da UAN, poetisa, reside em Luanda no município de Viana. 

Joice vivenciou a separação dos seus pais aos 8 anos,

enquanto crescia, tímida e introsmissiva, começou a frequentar alguns ambientes, e esses ambientes serviram de impulso para começar a escrever. 

Joice deu início na escrita em 2018, na província de Cabinda, afirma que conseguiu ter a liberdade de

expressão, tanto atravez da escrita como também da palavra falada.

Em 2019 começou a poesia de palco que é o Spoken Word, começou a participar das batalhas de Spoken word 

e daí não parou mais.

 Spoken word, é uma ferramenta que vem do Hip-Hop e  que serve também de ferramenta para intervenção política, então a sua perspectiva  é que atravez dessa ferramenta possa consciencializar comunidades, principalmente as comunidades das periferias, a fazer com que usem esse instrumento

como ferramenta de prática política e crítica institucional, para além de servir também como um instrumento

que possa fomentar os talentos adormecidos nas nossas comunidades.

A princípio teve o medo quanto a aceitação das pessoas no que concerne aquilo que fala, medo de ser comparada, e de se sentir inferior, são coisas que foram lapidadas com o passar do tempo, e hoje estamos aqui.

Tem encontrado dificuldade na mobilidade, por que tem vezes precisa deslocar-se de um lado para outro, principalmente aos finais de semana, a falta de  meios financeiros, produzir vídeos, a aquisição de materiais, meios de comunicação, um telemóvel, um computador para estar sempre a escrever e entre outras coisas e falta de apoio institucional. 

Tem como inspirações uma antiga escritora,  Carolina Maria de Jesus (já falecida), uma mulher negra, com apenas dois anos de escolaridade, em outras palavras, só estudou até a segunda classe.

Catadora de papel de lixo, da periferia que na década de 60, escreveu o livro "Quarto do despejo, o diário de uma favelada" , livro que foi vendido em mais de 40 países, traduzido em treze idiomas, um best-seller nos Estados Unidos da América, o livro ainda é lido até os dias de hoje,

por isso é uma grande inspiração para ela, por que muitas narrativas dela em que ela retrata sobre a fome, a pobreza, são coisas que já vivenciou e vivencia até hoje, 

 Maria Carolina nos ensina que não podemos desistir, devemos continuar a ir atrás das coisas mesmo passando por dificuldades. 

Joice actualmente tem estado a trabalhar em projectos como workshops, oficinas de Slams, Spoken word como ferramenta de intervenção, ou seja, como ferramenta de educação, que é uma proposta para actividades extra-curriculares nas escolas de Luanda

O público alvo são os alunos do ensino de base e do segundo ciclo do ensino de base 

O que lhe motiva a manter esse compromisso, pois encontra-se numa sociedade 

em que o modelo de educação ainda é precário, rudimentar e que não é acessível a todos, no entanto, nós os habitantes das comunidades temos que ceder a ela. 

Eu na qualidade de poetisa, de slammer, faço uso do slam, do spoken word, não apenas para o entertenimento, mas também para mudar a minha comunidade. Então isso é o que me mantem em pé, levar a arte as pessoas, para que mulheres se sintam representadas e valorizadas.

O seu maior momento foi ter passado para a copa do Mundo de Spoken Word  que será realizado na Bélgica em Setembro deste ano (2022).

Conselhos para quem está a começar:

Comece, mesmo com medo, avança, não se compare com ninguém, não escolha palcos, leia muito, observe muito  e segue enfrente com os seus o objectivos. 

É isso pessoal, esta foi então mais uma rúbrica do "O Outro Lado do Musseke",  a revista onde todos podem brilhar. 

Vamos, mas prometemos voltar em breve.

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