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Entrevista com Cláudio T. Tuca

 


Cláudio Tomás Tuca, vulgarmente chamado de "Engenheiro", residente em Luanda, Morro Bento, avenida 21 de Janeiro.

Natural do Sambizanga, Tuca mudou-se para Cacuaco - kikolo com a mãe e os irmãos. Morando em condições péssimas, numa casa de chapa onde faltava o que comer e vestir.

Enfrentando grandes dificuldades de necessidades básicas, eram forçados a realizar diversas atividades comerciais. Nos dias ruins os bons vizinhos alimentavam a família.

Tuca realizou diversas atividades como: Venda ambulante, engraxador, venda de sacos e lavagem de carro, tudo para que no final do dia, tivessem uma refeição condigna na mesa. E o ano de 2011, se assinalou o ano em que muitas coisas começaram a mudar.

Tuca Estudou nas escolas do FAS  e João Paulo II, onde foi notado o seu domínio em cálculos. Em companhia com os colegas, criam a primeira ASSOCIAÇÃO DOS ESTUDANTES na escola João Paulo II, onde começou como secretário e depois presidente. Em 2008 fazendo a 9ª classe, foi premiado com um certificado de mérito como um dos melhores estudantes da escola. Na mesma época, cria um núcleo de ciências exatas (matemática, física e química), onde faziam parte diversas escolas, com objetivo de estimular mais jovens no estudo das ciências exatas.

Encontrando grandes barreiras para ingressar a um instituto de ensino médio, Tuca foi barrado (não admitido) no Makarenco, Itel e Politécnico do Sambizanga por não conseguir reunir as condições financeiras necessárias. Após diversas tentativas, um senhor amigo o ajudou entrar no Punível de Cacuaco no curso de Ciências Económica e Jurídicas no período noturno. Embora não quisesse mais estudar, a mãe insistiu que fosse.

Por ironia da vida, certo dia posto na sala, se depara com os colegas aflitos pelos problemas matemáticos deixado pelo professor. Tuca gentilmente ajuda os kotas (mais velhos) da turma a resolver os exercícios. No mesmo instante foi notado pela Diretora que admira o seu domínio em cálculo, motivo este que fez a Diretora o chamar em seu gabinete para mudança de turno e curso (que foi um pedido dele).

Tuca representou a escola em diversas olimpíadas de matemática e foi apelidado por "panca panca" por não haver nenhum caso difícil para bater (resolver), e representou a escola na Filda com o projeto de Campo Elétrico. Com ajuda da academia Ancódia, orientou-se no campo das ciências exatas e abriu a sua academia, que juntamente com as aulas domiciliares, era o ganha pão para o sustento dele e da irmã que com ele vivia.

Testando em diversas universidades, teve admissão em 3, porém ficou com o ISCED no curso de Matemática(que depois largou) e a UAN no curso de Engenharia de Petróleo. Sendo professor de vários colégios teve a oportunidade de ajudar a mãe na reforma da casa e não só.

Aconselhado pela sua professora, testou na bolsa da Sonangol e do INAGBE, em que teve êxito nas duas. Na mesma época, sua irmã conseguiu uma oportunidade para fazer uma formação no ministério das Finanças num período de 6-9 meses sem remuneração. Tendo 3 bolsas de estudo para o estrangeiro, optou escolher a da Sonangol para fazer Engenharia de Minas no Brasil, visto que engenharia de minas era o seu sonho de pequeno. Tendo uma boa remuneração da bolsa, pode então ajudar de forma substancial a família.

Tuca tornou-se monitor de cadeiras chaves do seu curso no 4º ano, em uma das melhores Universidades da América Latina “UNIPAC LAFAIETE-Brasil, e ganhou uma bolsa parcial para Pós-graduação no curso de Higiene e Segurança no Trabalho e através de um acordo com a Sonangol, fez o curso de mestrado.

Na aspiração pelo curso de Minas, Tuca afirma que foi a engenharia de minas que o escolheu e não o oposto, pois nada sabia sobre o mesmo. Embora o sonho sempre foi engenharia de petróleo, a entrega e dedicação o fizeram amar a função que exerce há 5 anos.

Ser Ministro de Recursos minerais, petróleo e gás, é o sonho atual, porém relata que dificuldades como: seletividade do pessoal e maior chances de cargos de chefia ao estrangeiro criam barreiras ao nativo.

A família é para Tuca a sua maior motivação, sem excluir aqueles que o vejam como referência.

As maiores dificuldades em sua carreira foi a adaptação em solo brasileiro pelo alto nível de concorrência, e no solo angolano, menciona que o nativo é quem mais impede o outro nativo, dando prioridade ao estrangeiro.

Paulo Penha e Adriano Totolo, são considerados por Tuca sua maior inspiração, incluindo Azevedo Monteiro, por ser muito acadêmico e com vasto conhecimento na área mineira e por ser ministro, um sonho do nosso engenheiro.

Com um espírito filantrópico, participou em diversas atividades e nalguns projetos de ajuda humanitária de pessoas afetadas por catástrofes naturais, e em 2018 palestrou sobre África em instituições brasileiras. Na sua terra natal, teve a oportunidade se levar conhecimento em diversas áreas e motivar a camada juvenil.

Como contributo, Tuca procura sempre demonstrar através da sua vida e trajectória que todos podem ascender sem criar impedimentos à outros, sem bajular e sem pisar outros.

Como filho da mãe Angola, Tuca tenciona com o conhecimento adquirido mudar o panorama do sector mineiro em Angola, e com advento disto, maximizar a economia e criar postos de emprego no sector mineiro.

Com uma visão de curto e longo prazo, Cláudio Tuca, dentro de sua área procura otimizar o máximo possível as áreas de operações e capacitar o pessoal para aplicação de softwares, otimização de certos processos,  reduzir o custo operacional e procura fazer aplicações direitas. Com ajuda do seu conhecimento e de sua equipe, Cláudio Tuca contribui progressivamente para produção de mina e do departamento do qual recebe méritos.

Em suas últimas palavras o Engenheiro Tuca nos lembra da importância vital em trabalhar em equipe e do esforço individual.

É isso pessoal, esta foi então mais uma rubrica do "Outro lado do Musseke", a revista onde todos podem brilhar.

Vamos, mas prometemos voltar em breve.

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